O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE SOCIAL
A identidade social é caracterizada
essencialmente pela forma como nós próprios nos vemos, ou seja é um sentido do
“eu”, conjugada com a forma como os outros nos vêem.
Quando nos auto-caracterizamos estamos ancorados
num determinado modelo com o qual nos identificamos, quer isto dizer que a
identidade social requer um certo grau de escolha, ao mesmo tempo que exige um
nível de consciencialização.
Estudos da década de 60 e 70 revelavam que a
identidade estaria ligada a estruturas tradicionais de classe, não era algo de
individual mas sim colectivo, intimamente ligada ao facto de um individuo
pertencer a uma determinada classe social e em que todos os individuos
pertencentes a essa classe teriam a mesma identidade, esta era imutável,
circunscrita e permanecia no tempo com alguma solidez, tornando o assim o
individuo dependente da estrutura social e não das sua próprias escolhas.
Para refutar estes paradigmas surgem os estudos
sociológicos pós-modernistas e pós-estrutualistas que defendem uma identidade
individual assente numa dinâmica social influênciada pelas relações socias
entre os individuos que compõem essa mesma sociedade. A identidade social é
vista agora como algo que se constrói individualmente, algo que é dinâmico e
pouco estável.
Segundo estes estudos contemporâneos o individuo
possui várias fontes identitárias, identidade de género, nacional, etária,
etnica, profissional e entre outras.
A influência que a classe social, a religião ou a
política tinha sobre o individuo deixa assim de fazer sentido, passando este a
definir a sua própria identidade, de acordo com as suas escolhas e as suas
experiências individuais, independentemente da estrutura social em que está inserido.
São as relações face-a-face que
determinam o processo identitário, a socialização primária e
secundária tornam-se assim bastante importantes, pois os individuos necessitam
uns dos outros para formarem a sua própia identidade. De acordo com Richard Jenkins
(1996) as identidades não são inatas, não nascem connosco, precisam de ser
construidas e esta construção passa pela interacção com o outro, pois só a
innteracção social permite viver em sociedade.
Vivemos hoje numa sociedade altamente globalizada
em que tudo é muito dinâmico, instável e flexível, quer a nível profissional,
económico ou politico, como tal as identidades tornam-se também instáveis e
susceptiveis às escolhas que cada individuo efectua. Ao mesmo tempo que
surgem as mudanças sociais, a alteração de valores e padrões que regem uma
sociedade, assim também os individuos têm poder para moldar a sua própria
identidade.
http://sociologiaemfoco.com/blog/124-o-processo-de-construcao-da-identidade-social
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