2 AÇÕES FUNDAMENTAIS AO LER NOTÍCIAS SOBRE POLÍTICA.
Os próximos nove meses, caminho longo (ou curto) que levará até as eleições, primeiro domingo de outubro, dia 7, serão marcados pelo embate não somente entre os pré-candidatos a presidente, governador, senador, deputado federal e estadual, serão marcados sobre tudo pela guerra de noticias, que aliás, já começou.
O eleitor, o cidadão, terá que aprender a desnaturalizar a notícia, ou seja, terá que desenvolver uma leitura crítica quanto ao veículo e quanto ao fato noticiado e ainda quanto ao profissional que escreve ou noticia de forma falada. Precisará entender quem são os donos ou dono da mídia, do jornal, do radio, do blog, do site, da rede social entre outros. Porque dependendo do veiculo e seu dono, o objeto do fato noticiado poderá ser achincalhado, blindado ou simplesmente ignorado.
A exposição do fato poderá ser diária, constante, semanal, mensal ou simplesmente a mídia poderá dar uma de "João sem braço" e não noticiar. Dependendo de quem ou do que for, poderá estampar com letras garrafais ou simplesmente ganhar uma notinha pertinho do classificados ou próximo ao resumo das novelas. Se for a TV, reportagens longas ou notas curtas, de segundos. Depende. O fato poderá ser criado a partir de um deslize, de uma frase mal dada, de uma pergunta não respondida, de uma piada fora de hora. A necessidade da criação do fato é tamanha, pois este pode ser colado ao seu autor até as ultimas consequências deixando sequelas irreparáveis. O fato real ou criado forçosamente serve muitas vezes para alimentar a pauta.
Já o profissional que escreve ou noticia verbalmente uma notícia também poderá cometer as mesmas ações de uma mídia impressa ou televisiva, este, deixará por muitas vezes veladamente ou claramente suas preferências politico-ideológicas.
Reitero, caberá ao leitor, ao cidadão analisar, verificar, gastar tempo entre outras ações comparativo-analíticas. Tudo isso com uma fonte ou instituição. Uma segunda ou terceira fonte, caberá novamente uma leitura crítica dos proprietários, dos profissionais e de como a pauta é "montada" e "tocada".
Desnaturalizar e estranhar a notícia é um processo pois temos a tendência de desenvolver um sentimento afetivo por determinado canal, apresentador etc. Logo, este sentimento ou afeto acaba por contaminar a criticidade necessária, rigor que nos aproxima um pouco mais da verdade. A leitura de “estranhamento” do texto deverá vir acompanhada pela desnaturalização da forma como a noticia é dada, postada, apresentada. Só assim desenvolveremos, espera-se, uma atitude que evitará considerar como “natural” o conteúdo de um papel lançado garagem nossa adentro ou pelo pipocar de mensagens, e-mails e links em nossos celulares e computadores que nos levam a toda "sorte" de digamos, avisos.
É preciso lançar um olhar de estranhamento sobre a notícia. Dito de outra forma, é preciso desnaturalizar o texto ou nossa opinião terá exatamente o formato do programa informativo nosso de cada dia.
Denis dos Santos
Professor de Sociologia
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